Os jovens e o culto da imagem


Os jovens e o culto da imagem na sociedade contemporânea por Ana Catarina Mesquita

 

Todos os dias assistimos a imagens aparentemente perfeitas, que invadem as redes sociais e nos transmitem a ideia de que a beleza e a perfeição são o caminho para a felicidade e para o reconhecimento social. Os nossos jovens convivem diariamente com esta realidade, seguindo figuras públicas nacionais e internacionais, em redes como o Instagram ou o Tik Tok e admirando e querendo imitar o que percepcionam como ideal.

Mas existe mesmo a perfeição?Temos mesmo de ter todos as medidas ideais e a beleza tão invejada? Parece-me que a chave está em gostarmos de nós mesmos como somos, aceitando as nossas imperfeições e aprendendo a conviver com as mesmas. Afinal, somos apenas… humanos!

Como criar esta segurança nos nossos jovens? Todos já ouvimos histórias verdadeiras de raparigas e rapazes que sofrem de distúrbios alimentares, como anorexia ou bulimia, ou mesmo de ataques de ansiedade constantes. Na verdade, vidas já se perderam com esta busca desenfreada pela perfeição e tantas outras estão por um fio. Quantos pais, neste momento, estarão desesperados ao ver o sofrimento dos filhos, sem nada conseguirem fazer para o evitar, sem conseguirem pôr um travão à luta interna que vivem por não se acharem suficientemente bonitos de acordo com padrão que a sociedade lhes impõe e que, por extensão, acabam também por impor a si mesmos? Tudo isto impõe uma reflexão no seio da sociedade e justifica uma inclusão destes temas tão relevantes no espaço da escola.

Considero essencial que sejam debatidos estes temas em contexto de sala de aula, ou mesmo em tertúlia entre várias turmas, promovendo debates regulares sobre estes e outros temas importantes, ouvindo a voz dos jovens, percebendo as suas angústias e ansiedades. A partilha reduz o isolamento e pode mesmo salvar vidas!

Os jovens devem perceber que o essencial é gostarem de si mesmos e se sentirem bem na sua pele. Devem, acima de tudo, ser saudáveis e felizes, independentemente do que os outros pensam de si. Este é um problema de todos, jovens ou não, professores ou não, pais ou não. Se permitimos que esta pressão exista, então a responsabilidade é de cada um de nós.

Talvez seja um bom começo transmitirmos aos jovens de que basta olharmos à nossa volta  para percebermos como não faz qualquer sentido que exista um padrão, porque a beleza assume formas muito diferentes e as percepções sobre a mesma diferem de pessoa para pessoa. Nem todos vão gostar de nós e achar-nos bonitos, mas está tudo bem! O importante é que o nosso sorriso venha sempre de dentro e seja verdadeiro!

 

Ana Catarina Mesquita - Docente do ensino superior, investigadora, cronista .

Ana Catarina Mesquita. Docente do ensino superior, investigadora, cronista .

 

Imagem de destaque

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Iva Lamarão

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