Hidratação a mais tem efeitos na saúde

Até aqui ‘fartamo-nos’ de ler artigos que recomendam o consumo de água. Fundamental para manter a hidratação e as necessidades metabólicas do organismo. Mas, se beber água é fundamental, beber em excesso pode ter danos para a saúde.

 

 

A Universidade de Monash, na Austrália, revelou um estudo que consistiu no registo, através de ressonância magnética, da atividade cerebral e do esforço que implicou beber água em duas situações distintas: com sede, após a prática de exercício físico e sem sede, depois do consumo de grandes quantidades de água.

A investigação mostrou que o cérebro tem mecanismos de defesa que ficam ativos quando ingerimos demasiados líquidos. Os testes revelaram, em casos de consumo excessivo, uma sensação de “garganta fechada”, podendo triplicar o esforço para engolir. E o problema agrava-se porque muitas vezes essa sensação é erradamente interpretada como a necessidade de ingerir mais água…

O professor Luís Serra-Majem, diretor da Cadeira Internacional de Estudos Avançados em hidratação da Universidade da Las Palmas, explica que do ponto de vista cardiovascular ou metabólico, beber mais água que o recomendado não deveria representar um problema sério, porque o corpo tem a capacidade de filtrar. Não conhecendo patologias associadas à hidratação, exceto casos de atletas profissionais que excederam consideravelmente o consumo de água e sofreram de falência cardiovascular.

Nestes casos, o excesso de hidratação provoca um distúrbio hidra eletrolítico e um aumento da pressão intracraniana, dores de cabeça, náuseas, vómitos, confusão mental e, sem situações mais extremas, pode causar convulsões, coma e morte.

Mas qual o limite de água considerada ‘saudável’?

Isto relaciona-se com a tal série de fatores implicados na regulação da ingestão de líquidos, a maioria relacionada à sede e o início do ‘beber’. Estes incluem sinais produzidos pelos osmorreceptores, que respondem à desidratação celular e ao aumento resultante da concentração de sódio no líquido cefalorraquidiano, e sinais produzidos em resposta à desidratação extracelular, ativados como resultado de alterações na pressão vascular e volume.

Em comparação, os mecanismos responsáveis por deixar de beber são menos bem compreendidos, mas estarão logo à partida do senso comum relacionados com os sinais cerebrais que levam à saciedade.

 

Espreitem mais aqui.

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Iva Lamarão

Iva Lamarão

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