Coronavírus o vilão

Este é o momento de tomarmos consciência do impacto que este Coronavírus está a ter por todo o mundo e de quão o comportamento responsável de todos é importante para travar a sua replicação.

Do que se sabe, os primeiros relatos de coronavírus datam de dezembro de 2019, quando mais de 50 moradores de Wuhan, cidade do centro da China, queixaram-se de febre alta, infeções respiratórias e lesões pulmonares. Sendo que estes primeiros infetados trabalhavam no mercado de peixe da cidade, onde se comercializava além de peixe e marisco, animais vivos, a partir dos quais o vírus terá eventualmente passado para os humanos. Multiplicando-se em poucas semanas na China e posteriormente alastrando-se para os países vizinhos e um pouco para todo o mundo, até à realidade de hoje.

Imagem jornal Público

Os coronavírus são de uma família que causam problemas respiratórios. Visto ao microscópio, parecem ter uma coroa de espinhos à sua volta, daí o seu nome. O novo corona vírus designado SARS-Co-2, com a origem na china,  junta-se a outros coronavírus que causam infeções nos seres humanos, como o MERS-CoV – síndrome respiratória do Médio Oriente – e SARS-CoV – Síndrome Respiratória Aguda.

As análises genéticas realizadas até hoje permitiram verificar que o novo coronavírus pertence ao mesmo agrupamento que inclui o SARS-CoV, identificado há mais de 10 anos. Por essa razão, a designação do novo coronavírus como 2019-nCoV foi substituída por SARS-CoV-2, ou seja, trata-se do segundo coronavírus do grupo SARS. A doença por ele provocada foi, entretanto, igualmente designada de COVID-19 (do inglês coronavirus disease of 2019).

Imagem jornal Público

Um vírus sobrevive ao encontrar um hospedeiro e ao usar as suas células vivas para se replicar.

Ao invadir um hospedeiro, entra nas células e apodera-se do processo de replicação celular. Neste processo podem resultar pequenos erros ou alterações nos novos vírus produzidos, ocorrendo uma mutação do vírus. O novo COVID-19 tem mostrado elevada capacidade replicativa, duplicando a cada dia o nível de contagio. 

Para além disso, pode viajar até 2 metros desde a pessoa infetada, e não se sabe quanto tempo sobrevive em superfícies.

O Instituto de Higiene e medicina tropical, da Universidade de Lisboa, diz-nos que, mesmo que não tenha sintomas, se regressou de uma viagem aos locais de risco aconselha-se, que nos próximos 14 dias:

  • Esteja atento ao aparecimento de febre, tosse ou dificuldade respiratória;
  • Verifique a temperatura corporal duas vezes por dia e registe os valores;
  • Verifique se alguma das pessoas com quem convive de perto desenvolvem sintomas (febre, tosse ou dificuldade respiratória);
  • Caso se encontre com febre, dor de garganta com tosse ou dificuldade respiratória (o próprio ou nos seus conviventes), não se desloque de imediato aos serviços de saúde;
  • Telefone antes para o SNS24 (808 24 24 24) e siga as orientações que lhe forem comunicadas.


Igualmente, durante estes 14 dias, promova o distanciamento social, nomeadamente, não permanecendo em locais muito frequentados e fechados, sem absoluta necessidade (exceto atividades letivas e profissionais), e evite cumprimentos com contacto físico.

Recomenda-se também:

  • Lavar frequentemente as mãos com água e sabão, esfregando-as bem durante pelo menos 20 segundos;
  • Reforçar a lavagem das mãos antes e após a preparação de alimentos, antes das refeições, após o uso da casa de banho e sempre que as mãos estejam sujas;
  • Usar, em alternativa, para higiene das mãos, uma solução à base de álcool;
  • Usar lenços de papel (de utilização única) para se assoar;
  • Deitar os lenços usados num caixote do lixo e lavar as mãos de seguida;
  • Tossir ou espirrar para o braço com o cotovelo fletido, e nunca para as mãos;
  • Evitar tocar nos olhos, no nariz e na boca com as mãos sujas ou contaminadas com secreções respiratórias;


O nosso comportamento nos próximos dias será determinante para o controlo da replicação do vírus. Ainda que esteja indicado uma evolução favorável na maioria dos doentes e estes recuperem , há grupos de risco com mortalidade e uma imprevisibilidade do comportamento evolutivo do vírus que já levou a OMS a decretar o estado de pandemia.

Sites uteis:

https://www.dgs.pt/corona-virus/home.aspx

https://www.who.int/emergencies/diseases/novel-coronavirus-2019

Dossier: Novo surto provocado por coronavírus (SARS-CoV-2, causador da COVID-19)

 

 

 

 

 

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Iva Lamarão

Iva Lamarão

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