Foi uma viagem de última hora. Conheço bem São Miguel e fico sempre encantada a cada visita, mas a ilha do Pico foi uma estreia. E marcou-me também pela aventura da subida ao Piquinho. Inesperada, como muitas das coisas boas da vida.
Sou pouco imaginativa no que toca a sair da minha zona de conforto e portanto não me passou pela cabeça subir 8 quilómetros pela madrugada até ao ponto mais alto de Portugal. Mas, a minha companhia ‘especial’ desafiou-me a fazê-lo. Achei que seria um momento especial para os dois, por isso queria ir!
Por entre a visita às vinhas, as petiscadas de peixe e lapas, a contemplação do mar e do triângulo do alto dos miradouros da ilha e o mergulho nas águas frias das piscinas naturais, houve tempo para me focar na subida ao ponto mais alto de Portugal, a 2351 metros de altitude.
O encontro à 1h30 da madrugada na Casa da Montanha foi o ponto de partida. Antes quis ler sobre a experiência de outros na caminhada. Quais seriam as dificuldades que poderia enfrentar. O que deveria vestir, que mantimentos colocaria na mochila. E cheguei à conclusão que cada experiência é diferente e individual de acordo com as expetativas que alimentamos. Mas é certo que em comum, todos falavam da dificuldade na descida.
Eu por já ir a medo não achei, no geral, assim tão difícil.
A subida foi relativamente rápida. Com três paragens curtas, bem controladas pelo Renato Goulart ( o nosso guia ) para renovar o fôlego e apreciar as estrelas. Em três horas e meia chegámos à cratera. Nesse ponto encostamos os bastões e trepámos pelas pedras até ao Piquinho. A escuridão e o ritmo da caminhada ( que quis manter em todo o percurso para não me afastar do grupo e não dar parte fraca! ) não me deixaram ter a noção da inclinação do terreno e de quão alto estava ( caso contrário acho que teria desistido! ).
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