Um amigo partilhou comigo um estudo que achei interessante e que fala de comportamentos e de como as pessoas se relacionam em tempos de redes sociais.
Está solteira ou numa ligação ( relação ) complicada?
Calma. Depois de ler este artigo vai perceber que afinal é uma pessoa mais normal e equilibrada do que julgava ser.
A psicologia revela as cinco táticas subversivas mais comuns na arena da sedução… O Ghosting, o haunting, o Benching, o Gaslighting, o Love bombing.
E é curioso perceber esta análise/identificação comportamental. Sobretudo quando já experienciei todos estes comportamentos.
Mas na prática da psicologia o que querem dizer estes termos…
Ghosting:
Como o nome sugere, há um elemento fantasmagórico nesta abordagem, que se caracteriza por nunca por a coisa em pratos limpos. A coisa é o fim da ligação, qualquer que seja o seu registo. Pouco importa se é intencional ou fruto de uma fraqueza de caráter: para os destinatários é sentida como uma atitude desonesta, chegando mesmo a ser cruel. Falamos do varrimento ou erradicação da pessoa que se pretende por a milhas, em dois passos. O “tratamento silencioso” e sem qualquer explicação deixa o outro perplexo, como se merecesse um castigo e a ruminar sobre o que poderá ter feito para merecer tal rejeição. Por vezes acontece ainda pior, quando se apercebe que o seu contacto já não está na lista dos amigos, que os seus posts também não e até as fotos deixaram de existir, como se o passado em comum nunca tivesse existido. Apagada a presença virtual, quem é alvo desta manobra sente-se vítima de um golpe baixo, excluído e privado da sua identidade social. “Já foste… e nem ficaste para a cronologia”.
O Haunting:
Se a sua ligação com a pessoa acabou porque o outro desapareceu, sem perceber bem porquê, mas de repente ele voltou a pôr gosto em todas as suas fotos do facebook, não perde uma fotografia do seu instagram e está sempre na lista de pessoas que vizualiza a sua história, está a ser assombrada (haunted). O haunting é a nova prática que permite às redes sociais agirem como método de vigia: ele desapareceu sem dizer nada, mas continua a saber que existe. “As pessoas que fazem isso não conseguem nem afastar-se nem aproximar-se”, afirma o psicólogo clínico Pedro Martins. Tudo isto também tem a ver com o facto de que, agora, todas as relações são muito mais superficiais e, sendo assim, as pessoas também têm facilidade em deixar, mas ao mesmo tempo nunca o deixam verdadeiramente, e estão sempre atentas ao que a outra está a fazer, ou com quem anda a sair.
Benching:
Ficar na posição “fora de jogo”. Uma prática em expansão desde que o jogo da sedução se deslocalizou para as plataformas virtuais /digitais. Consiste em colocar a outra pessoa (ou várias, já agora) na bancada, levando-a a sentir-se fora de jogo, confusa e cansada de esperar por quem só brinca às escondidas. À semelhança do que sucede com os coleccionadores, sempre à procura de um cromo mais valioso ou daquele que podem optimizar mais tarde, arrumam os demais na categoria de suplentes até se esquecerem deles por completo, entretidos com as últimas novidades. Estamos a falar de perfis pessoais, nas redes sociais e apps de encontros. “Olá. Tudo?” (seguido de meia dúzia de emojis, às vezes com “pics”) e outros piropos inconsequentes, em modo intermitente, é uma estratégia que serve de isco, com a mensagem implícita “estou aqui e tu aí e isto é só para saber se continuas aí se me apetecer dar sinal ou não houver nada melhor por aqui”. Deixar as opções em aberto e manter ligações em “em lume brando” – as backburn relationships – é a forma de manter a distância sem desligar a ficha nem ficar sozinho. é que não. Além disso, a galinha (ou o galo) da vizinhança, à beira de um clique, estimula a vontade de tentar lá chegar, experimentar, usar e, descartar. Conveniência sem compromisso, livre de obrigações e encargos. Isto pode durar uma vida. Ou talvez não, bastando chegar o dia em que se apercebe de ser a sua vez de ficar a chuchar no dedo, no banco de espera.
Gaslighting:
Começa sempre com um comportamento estranho ou inesperado numa situação banal. Por exemplo, alguém desaparece abruptamente após um serão bem passado ou um passeio agradável a dois. Nada faria prever reacções como esta, mas para quem tem um estilo de comunicação dissimulada e com um toque de perfídia situações como esta são normais. Como normais são as táticas de controlo veladas e maléficas que usam para se sentirem bem consigo mesmas, fazendo crer ao outro que é ele o mau da fita. “Fui. É para ver se gostas”. O fenómeno está longe de ser novo e deve o nome a uma peça de 1938 escrita por Patrick Hamilton, passada ao grande ecrã seis anos mais tarde. Em Gas Light, de George Cukor, há um homem que tenta aniquilar a esposa alterando-lhe a perceção da realidade e levando-a a crer que está louca, que perdeu a sanidade. A vítima é que tem a culpa, mas há que passar a mensagem com brandura. Se funcionar, a pessoa é levada a crer que tem um problema, que está desorientada e perdeu a razão. Quanto mais tentar dar significado ao que está a acontecer, mais aumenta a impressão de estar num beco sem saída – “Isto só pode ser um equívoco, alguma coisa me passou ao lado” – e o estado de abatimento. De esgotamento, até.
Love bombing:
Aqui entramos no território do sedutor sem escrúpulos e que entra a matar. O objetivo é deixar rendida a pessoa que é eleita como alvo da “seta” pronta a lançar. Ele é posts, sms, telefonemas, flores, atenções. Há ainda as cortesias, os presentes a toda a hora, as declarações sem reservas. Se isto se passou – ou passa – consigo, pense duas vezes. Suspeita da atitude omnipresente, por vezes incómoda, e do registo “needy”, carente, como o felino que faz olhinhos para obter o que realmente quer e depois vai à vida dele? Se começar a dar-se conta de que não tem espaço para respirar e ser quem é quando está com esta pessoa, interrogue-se se não está a ser “comido”, tomado por presa e a resvalar para a submissão embora ainda só esteja na fase inicial de um romance, a da surpresa e do deslumbre.
Identifica algum destes comportamentos?
A boa noticia é que há exceções. Foquemo-nos nas exceções. Ou pelo menos já sabem como funciona.
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