Nos últimos anos foram feitos muitos estudos que apoiam a tese de que o desenvolvimento da compaixão e do altruísmo tem um efeito positivo sobre a saúde física e mental.
É quase de senso comum percebermos que as nossas atitudes perante a vida e perante os outros são determinantes para o nosso bem estar geral.
Numa experiencia famosa, David McClelland, um psicólogo da Universidade de Harvard fez um estudo com 132 estudantes. A um dos grupos mostrou um filme sobre o trabalho da Madre Teresa com os pobres e doentes de Calcutá. E a outro grupo um filme que despertava a motivação de poder.
Em análise, os estudantes afirmaram que o filme da madre Teresa lhes tinha inspirado sentimentos de compaixão.
De seguida McClelland analisou a saliva dos estudantes. Na saliva dos que viram o filme que despertou a compaixão, encontrou um aumento da Imunoglobina A, um anticorpo muito eficaz na luta contra as infeções respiratórias. Nos estudantes do filme que lhes despertou motivação de poder verificou uma diminuição significativa da Imunoglobina A.
Outro estudo, feito por James House da Universidade do Michigan, determinou que o facto de se fazer regularmente trabalho de voluntariado e relacionar-se de forma calorosa e compassiva com os outros, aumenta significativamente a esperança de vida.
O facto de irmos ao encontro dos outros para os ajudar pode produzir um sentimento de felicidade , uma maior serenidade e menor tendência para a depressão. Que se relaciona com o efeito que estas ações tem a nível cerebral e com a libertação de hormonas que conduzem a este estado .
Ainda ficou demonstrado por outros estudos de professores de Harvard que um estilo de vida altruísta é uma componente importante para a boa saúde mental.
O sentimento de compaixão é uma forma de estar que se trabalha a cada dia. Vivemos melhor connosco e com os outros se cultivarmos a compaixão e uma vida mais altruísta. Não é de hoje.
A ciência está no bom caminho com os estudos que relacionam o comportamento e a saúde física e mental. E poderão no futuro determinar de modo mais preciso em termos bioquímicos e fisiológicos de que forma as nossas atitudes interferem com a saúde.