A responsabilidade dos pais na educação dos filhos

 

Por Ana Catarina Mesquita. 


Todos os dias os pais veem-se confrontados com comportamentos dos filhos que colocam à prova a paciência dos mesmos, o que exige uma resposta inteligente e sensata. Isto acontece sempre?

Todos sabemos que não, porque os pais são também seres humanos, uns dias mais cansados, outros desanimados, outros mesmo sem chão… Portanto, antes de mais, precisamos de perceber que os pais vão errar e não há nada de mal nisso, desde que, obviamente, dentro dos limites do respeito pela integridade dos seus filhos e sem lhes provocar qualquer tipo de dano físico ou psicológico, ou trauma que possa implicar de forma negativa o seu desenvolvimento.

Isto significa que há atos inadmissíveis, frutos de tudo menos sensatez e que afetam, de facto, uma criança ou um jovem. Na verdade, educar é criar limites, não é ser permissivo, mas isso não significa que possamos usar qualquer tipo de violência para impor essa educação. Agora, óbvio que haverá dias em que os pais, cansados, levantarão a voz, mesmo que isso seja contraproducente. Aliás, essa atitude apenas conduz a um desgastante maior dos próprios pais, além de acabar por adensa o conflito. Só que, no meio de uma birra, com o cansaço, quem nunca levantou a voz a um filho que atire a primeira pedra. Resolve alguma coisa? Não, mas temos de aprender com os erros e não ser julgados de forma permanente pela sociedade. Efetivamente, ser mãe ou pai é algo muito exigente e um processo de aprendizagem contínuo.

Neste contexto, convém percebermos bem cada situação e cada família em particular, e essa avaliação apenas diz respeito às entidades e profissionais competentes. A nós, cidadãos comuns, pode revoltar, e estamos no nosso direito de assim o sentir, mas não podemos julgar de forma fácil, apontar o dedo sem conhecer uma pessoa e uma família em particular. Devemos ter um papel interventivo na sociedade, como cidadãos conscientes do nosso dever cívico, mas isso não significa insultar ou ameaçar alguém… Há limites de respeito que devem ser respeitados, caso contrário incorremos no risco de perdermos a razão.

Apesar de tudo isto, nunca nos podemos esquecer que tudo aquilo de bom e de mau que fazemos como pais influenciará o desenvolvimento dos nossos filhos, ainda que não determine a sua conduta. Os pais transmitem os valores e mostram aos seus filhos os caminhos que consideram corretos. Servem também como exemplo na vida. Contudo, dois filhos nunca são iguais e pode acontecer que um filho acabe por seguir um caminho errado, mesmo que a educação tenha sido a melhor.

Assim, a educação que passamos aos nossos filhos é essencial para a sua formação, mas o meio em que se movem e as restantes pessoas com que convivem também influenciarão o desenvolvimento dos mesmos, além da própria personalidade que possuem, como seres individuais que são.

 

 

Ana Catarina Mesquita - Docente do ensino superior, investigadora, cronista .

Ana Catarina Mesquita. Docente do ensino superior, investigadora e cronista. 

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Iva Lamarão

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