Tomas Lindahl, do Instituto Francis Crick ( Reino Unido ), Paul Modrich, da Universidade Duke ( EUA ) e o turco Aziz Sancar, da Universidade da Carolina do Norte, dividiram o prémio Nobel da Quìmica, pelos diferentes estudos, mas paralelos, que dão grande contributo na descoberta de como o DNA fixa e repara, os danos a que está sujeito, a cada dia.
Quando em 1960, se descobriu a estrutura do DNA (Ácido Desoxirribonucleico ), como uma longa molécula em hélice, existente no núcleo das células, pensou-se que teria um carácter estável. As divisões celulares ocorreriam sem falhas, considerando-se que as mutações que pudessem existir, seriam limitadas.
Hoje sabe-se que o genoma é alterado pela radiação UV do sol, por fatores ambientais por dano oxidativo e até por si próprio… Não sendo tão estável como se pensava…
No entanto, há um conjunto de sistemas celulares que monitorizam e reparam o DNA, impedindo que o material genético se desintegre.
Lindahl, descobriu que as moléculas de RNA ( ácido ribonucleico ) das celulas – que difere do DNA na base uracilo, que substitui a citosina do DNA – degradam-se mais facilmente e mais tarde. Mostrou também que o DNA também se degradava com o tempo, mesmo que mais lentamente que o RNA.
Tornou-se evidente que, haveriam mecanismos capazes de reparar estes danos, por forma a preservar a vida… Já que estamos sujeitos a um elevado número de danos celulares ao longo da vida.
Lindahl identificou uma enzima ( proteina ) capaz de remover a citosina – base que encadeia as bases do DNA – quando estas estão danificadas, num mecanismo denomiado ‘ reparação por excisão de bases ‘.
A continuidade dos seus estudos mostrou uma verdadeira ‘ caixa de ferramentas ‘ celulares, com outras proteinas de reparação, capazes de ‘ acabar ‘ com o dano.
Já Aziz Sancar, estudou outro mecanismo celular de reparação dos danos causados por radiação, mostrando que existe um trio de enzimas, capazes de identificar os estragos por UV e ‘ cortar ‘ a cadeia de DNA com defeito, por ‘ reparação por excisão de nucleotidos ‘.
Paul Modrich descobriu, por sua vez, outro mecanismo de reparação do DNA, durante a divisão celular. Neste processo, as cadeias de DNA separam-se e duplicam, dando origem a novas cadeias. Na formação das novas cadeias, a base Adenosina ( A ) liga com Timina ( T ) e a Citosina ( C ) com a Guanina ( G ). E os defeitos, segundo Mondrich, neste emparelhamento serão reparados por um mecanismo de ‘ reparação do desemparelhamento de bases ‘.
Quando os mecanismos de reparação não funcionam o risco de cancro está aumentado. Daí o trabalho destes investigadores do Nobel da Química, ser de grande importância para o conhecimento do funcionamento elementar das celulas.